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domingo, 5 de julho de 2015

BRASIL: RELÍQUIA DE TEMPOS ANTIGOS

Fazenda do meloso. Proprietário: SR. Noé Macário Muniz.
Esmeraldas,divisa com Nova Contagem MG.Rod MG 432 KM 12

O que nós temos aqui é história para contar. Aqui é uma casa que já funcionou como produção de farinha nos tempos antigos, abastecendo toda a família do SR. Noé desde tempos de seus pais. SR. Noé herdou do pai a fazenda e durante anos produziu farinha de forma artesanal tanto para o consumo o quanto para revenda. Segundo SR. Noé, ali era feito uma grande quantidade podendo chagar a quatrocentos kg,de farinha em um único dia.

 Com a evolução do país,adentrando de vez na modernidade e passando a ser um país industrial,aos poucos por todo o país os costumes de fazer estas coisas de forma artesanal fora deixado de lado.Não de imediato,mas aos poucos o que faz com que ainda existem relíquias do passado,pois,não há mais necessidade deste trabalho artesanal.Com a entrada das maquinas que eram capas de produzir um volume muito maior passando a abastecer todo o mercado brasileiro,aqueles que trabalhavam com este tipo de produto foram perdendo forças e passando a produzir somente para consumo.
 Com a migração dos camponeses cada vez maior para as capitais do país,tudo que restou deste tempo fora apenas as peças largadas ao silencio apenas para contar a história de um povo.SR. Noé, diz querer tentar preservar o pouco das ruínas que ainda existe e segundo ele se quiser ainda é possível fazer farinha nas prensas da casa;basta dar alguns retoques e cuidar do local para fazer reviver novamente um passado.Embora tudo por baixo da casa está abandonado ele diz funcionar com perfeição.Perguntei a ele o peso do varão e me disse que pesa mil e quinhentos quilos e que para colocá-lo no lugar fora preciso vários homens fortes.
 Algumas peças foram repostas por SR. Noé, outras foram colocadas por seu pai;uma delas é o fuso;esta madeira em forma de parafuso.Outra antiga,podendo ter para mais de setenta anos é a masseira,o que provavelmente deve acompanhar a idade do fuso.Tudo é feito de madeira que hoje não se ver mais,madeira nobre tal como Jacarandá,Sucupira,Braúna e Ypê.O carro de boi que vemos também foi parar dentro da casa de farinha, outro que foi muito usado pelos camponeses quando o Brasil era um país agrícola. Eles eram extremamente úteis para o transporte dos produtos colhidos nas lavouras e todos os grãos eram transportados dentro deles nesta alcova de taquaras.
 
 . Estas toras igual a que esta colocada entre a peia “o varão” eram puxadas dos altos picos das montanhas por bois,mas isto é um assunto para um outro trabalho.O arado que vemos é uma gralha de preparar a terra para o plantio.
 Colocavam ela sobre os bois e um tomava assento como demonstra SR. Noé,e ia manuseando  conforme necessário a preparação da terra.Desta maneira os que naqueles tempos trabalhavam a terra produziam;coisa que ao longo do tempo fora perdendo espaço e dando lugar ao moderno que é as maquinas que vemos hoje a todo vapor. 

Perguntei ao SR. Noé se era muito difícil manusear o fuso, parece coisa difícil, mas ele demonstra que é tão simples que até uma criança pode levantá-lo com facilidade, fazendo-o deslizar para cima e para baixo no fuso, prensando a massa da mandioca até ela expelir toda a água. Segundo o SR. Noé, toda a massa era colocada dentro da prensa e assim esta sairia prontinha para ir ao forno. Colocada dentro da taxa, após passado uma hora, a farinha estaria no ponto.Conforme ele descreve cada taxada levaria quarenta quilo de massa e a massa saída da prensa levaria um dia inteiro para ser toda ela torrada. 
 . O que me deixou curioso fora observar a sabedoria dos que trabalhavam nestas peças; sem duvida é uma obra de arte a ser apreciada minuciosamente, pois, funciona com tanta desenvoltura que se deixa imaginar como puderam pensar em algo que facilitaria a vida destas pessoas tão bem. É preciso observar bem e temos diante de nossos olhos um passado com uma riquíssima história e um legado bastante favorável para aprofundarmos e conhecermos um pouco de nossa história.


Embora pode parecer simples a primeira vista,se buscarmos a fundo conseguiremos entendermos a fantástica riquezas Cultural que o homem do campo nos deixou.Com o trabalho constante se modernizou e entregou a nós futuros um mundo totalmente novo e moderno.Vale dizer que a sabedoria destes antigos é de uma preciosidade que se conseguirmos entender chegamos a conclusão de que este legado e intensamente grandioso.

Mirto Carvalho

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