Fazenda do meloso. Proprietário: SR. Noé Macário Muniz.
Esmeraldas,divisa com Nova Contagem MG.Rod MG 432 KM 12
O
que nós temos aqui é história para contar. Aqui é uma casa que já funcionou
como produção de farinha nos tempos antigos, abastecendo toda a família do SR. Noé
desde tempos de seus pais. SR. Noé herdou do pai a fazenda e durante anos
produziu farinha de forma artesanal tanto para o consumo o quanto para revenda.
Segundo SR. Noé, ali era feito uma grande quantidade podendo chagar a
quatrocentos kg,de farinha em um único dia.
Com a migração dos camponeses cada vez maior para as capitais do país,tudo que restou deste tempo fora apenas as peças largadas ao silencio apenas para contar a história de um povo.SR. Noé, diz querer tentar preservar o pouco das ruínas que ainda existe e segundo ele se quiser ainda é possível fazer farinha nas prensas da casa;basta dar alguns retoques e cuidar do local para fazer reviver novamente um passado.Embora tudo por baixo da casa está abandonado ele diz funcionar com perfeição.Perguntei a ele o peso do varão e me disse que pesa mil e quinhentos quilos e que para colocá-lo no lugar fora preciso vários homens fortes.
Algumas peças foram repostas por SR. Noé, outras foram colocadas por seu pai;uma delas é o fuso;esta madeira em forma de parafuso.Outra antiga,podendo ter para mais de setenta anos é a masseira,o que provavelmente deve acompanhar a idade do fuso.Tudo é feito de madeira que hoje não se ver mais,madeira nobre tal como Jacarandá,Sucupira,Braúna e Ypê.O carro de boi que vemos também foi parar dentro da casa de farinha, outro que foi muito usado pelos camponeses quando o Brasil era um país agrícola. Eles eram extremamente úteis para o transporte dos produtos colhidos nas lavouras e todos os grãos eram transportados dentro deles nesta alcova de taquaras.
. Estas toras igual a que esta colocada entre a peia “o varão” eram puxadas dos altos picos das montanhas por bois,mas isto é um assunto para um outro trabalho.O arado que vemos é uma gralha de preparar a terra para o plantio.
Colocavam ela sobre os bois e um tomava assento como demonstra SR. Noé,e ia manuseando conforme necessário a preparação da terra.Desta maneira os que naqueles tempos trabalhavam a terra produziam;coisa que ao longo do tempo fora perdendo espaço e dando lugar ao moderno que é as maquinas que vemos hoje a todo vapor.
Perguntei
ao SR. Noé se era muito difícil manusear o fuso, parece coisa difícil, mas ele
demonstra que é tão simples que até uma criança pode levantá-lo com facilidade,
fazendo-o deslizar para cima e para baixo no fuso, prensando a massa da
mandioca até ela expelir toda a água. Segundo o SR. Noé, toda a massa era
colocada dentro da prensa e assim esta sairia prontinha para ir ao forno.
Colocada dentro da taxa, após passado uma hora, a farinha estaria no
ponto.Conforme ele descreve cada taxada levaria quarenta quilo de massa e a
massa saída da prensa levaria um dia inteiro para ser toda ela torrada.
. O
que me deixou curioso fora observar a sabedoria dos que trabalhavam nestas
peças; sem duvida é uma obra de arte a ser apreciada minuciosamente, pois,
funciona com tanta desenvoltura que se deixa imaginar como puderam pensar em
algo que facilitaria a vida destas pessoas tão bem. É preciso observar bem e
temos diante de nossos olhos um passado com uma riquíssima história e um legado
bastante favorável para aprofundarmos e conhecermos um pouco de nossa história.
Embora pode parecer simples a primeira vista,se buscarmos a
fundo conseguiremos entendermos a fantástica riquezas Cultural que o homem do
campo nos deixou.Com o trabalho constante se modernizou e entregou a nós
futuros um mundo totalmente novo e moderno.Vale dizer que a sabedoria destes
antigos é de uma preciosidade que se conseguirmos entender chegamos a conclusão
de que este legado e intensamente grandioso.
Mirto Carvalho
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